A IMPORTÂNCIA DA LEITURA CRÍTICA NA FORMAÇÃO DO ESTUDANTE

Resumo:
Este artigo aborda a relevância da leitura crítica no processo de formação intelectual e cidadã dos estudantes. Através de uma revisão bibliográfica, discutem-se os conceitos de leitura crítica, sua diferença em relação à leitura mecânica, e sua contribuição para o desenvolvimento da autonomia, do pensamento reflexivo e da capacidade argumentativa. O texto defende que promover práticas de leitura crítica no ambiente escolar é essencial para preparar os alunos para os desafios da sociedade contemporânea.

Palavras-chave: Leitura crítica. Educação. Formação do estudante. Pensamento reflexivo. Autonomia.

1 INTRODUÇÃO

A leitura é uma das habilidades fundamentais no processo de ensino-aprendizagem, sendo a base para o acesso ao conhecimento e à construção da autonomia intelectual. No entanto, ler vai além de decodificar palavras: envolve compreender, interpretar e questionar o conteúdo. É nesse contexto que se destaca a leitura crítica, que permite ao estudante não apenas compreender o texto, mas também analisá-lo, posicionar-se diante dele e estabelecer relações com a realidade.

A leitura crítica é indispensável na formação de cidadãos conscientes, capazes de refletir sobre o mundo, identificar manipulações ideológicas e participar ativamente da vida social. Diante de uma sociedade marcada pela sobrecarga de informações, fake news e discursos contraditórios, a escola tem um papel estratégico na promoção de práticas leitoras que desenvolvam a criticidade desde os primeiros anos escolares.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo Freire (1987), “ler o mundo precede a leitura da palavra”, ou seja, o ato de ler é, antes de tudo, um ato de interpretar a realidade. A leitura crítica, nesse sentido, é uma prática transformadora que permite ao sujeito perceber as contradições do mundo e atuar sobre ele.

Soares (2001) diferencia a leitura instrumental — voltada apenas para o acesso à informação — da leitura crítica, que visa à compreensão profunda do texto, incluindo o contexto social, político e ideológico em que ele se insere. Essa capacidade é essencial para a formação de estudantes capazes de argumentar, questionar e propor soluções.

Além disso, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reforça a importância da leitura crítica como uma competência geral da educação básica, propondo que os alunos sejam formados como leitores ativos, capazes de utilizar a linguagem para argumentar, analisar e produzir sentidos.

3 METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa de caráter qualitativo e exploratório, baseada em revisão bibliográfica de obras teóricas que discutem a leitura crítica no ambiente escolar. Foram consultados autores da área da educação, documentos oficiais e estudos acadêmicos com foco na formação do leitor crítico.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 A leitura crítica como instrumento de emancipação

Ao desenvolver a leitura crítica, o estudante se torna capaz de identificar intenções nos textos, questionar discursos prontos e participar de debates com argumentos sólidos. Essa competência é essencial não apenas para o desempenho acadêmico, mas também para o exercício da cidadania.

Freire (1996) defende que a educação deve ser um ato político e libertador, o que inclui a leitura crítica como prática de emancipação. Quando o estudante aprende a ler criticamente, ele desenvolve autonomia de pensamento e fortalece sua identidade como sujeito histórico.

4.2 Estratégias para desenvolver a leitura crítica na escola

O desenvolvimento da leitura crítica exige práticas intencionais, planejadas e contínuas. Professores podem utilizar gêneros textuais variados, como notícias, charges, poemas, ensaios, propagandas e textos de opinião, promovendo debates, análises comparativas e produções autorais.

Outra estratégia eficaz é o uso de perguntas norteadoras que estimulem os alunos a pensar sobre o contexto de produção do texto, o posicionamento do autor e as possíveis interpretações. Também é importante criar espaços para que os estudantes expressem suas próprias opiniões e aprendam a escutar o outro com respeito e criticidade.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A leitura crítica é um instrumento poderoso para a formação de estudantes conscientes, reflexivos e autônomos. Em um mundo marcado pela circulação rápida de informações e discursos polarizados, ensinar os alunos a ler criticamente é prepará-los para viver com responsabilidade e protagonismo.

Cabe à escola assumir esse papel, promovendo práticas de leitura que transcendam o conteúdo e desenvolvam competências cognitivas, sociais e éticas. Investir na leitura crítica é, portanto, investir na formação de uma geração mais preparada para enfrentar os desafios do presente e construir um futuro mais justo.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 23. ed. São Paulo: Cortez, 1987.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 43. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. 6. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: https://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 23 jul. 2025.